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“Mais do que intensificar o sagrado, os rituais dão significado ao cotidiano, concretizam propósitos, dão profundidade aos sentimentos e põe em relevo a nossa conexão com os outros. Acima de tudo, eles abrem portas para o futuro, constroem, protegem relacionamentos”.
(M. Cardoso)
Mesmo que o ritmo frenético da atualidade tenha reduzido a dimensão simbólica da vida, nosso cotidiano ainda está recheado de rituais. Conscientes ou inconscientes, individuais ou coletivos, oficializados ou não, nossa vida é preenchida e demarcada por rituais.
As comemorações oficiais – batizados, formaturas, casamentos, celebração de ano novo, funerais etc. são as manifestações culturais realizadas no coletivo que traduzem as crenças e valores dos grupos sociais.
Por outro lado, transformamos pequenos hábitos cotidianos em ritos individuais, dando a eles um quê de misticismo, um “ar” de sagrado. Creditamos a eles poderes especais na busca de estabilidade, orientação e/ou proteção à nossa jornada. Não é difícil identificar hábitos cotidianos que tenhamos ritualizado. Você, provavelmente, será capaz de identificar alguns que tenha desenvolvido ao longo da vida. E tudo isso é entendido como parte de nossa humanidade.
Rituais fúnebres
Se os rituais nos conectam, orientam e nos protegem em vida, diante da morte representam aliados ainda mais importantes. A ritualização da morte é indissociável do processo de elaboração das perdas e é de suma relevância na elaboração do luto.
Por definição, luto significa tanto os sentimentos suscitados pelas perdas, quanto as expressões exteriores desses sentimentos. Na era vitoriana, o luto ainda era expressado com muito rigor. A forma de se comportar e, mais especificamente, a forma de se vestir era normatizada e pretendia-se com ela explicitar o sofrimento gerado pela perda de um familiar. Orientados por regras sociais, manuais de etiqueta ou a exemplo de pessoas importantes, como a rainha Vitória, o luto indumentário tornou-se a expressão máxima da virtude feminina e do apego dos vivos pelos seus mortos no século XIX. E esse comportamento se difundiu pelas Américas.
De lá para cá, muita coisa mudou em nossas crenças, costumes e valores. E como não poderia ser diferente, os rituais também passaram por mudanças, embora não tenham perdido seu lugar de importância em nossas celebrações da vida e da morte.
Rituais Fúnebres e a Elaboração do Luto
Se por um lado, é bom grado que participemos dos rituais que celebram a vida, por outro lado, é preciso compreendermos a importância dos rituais fúnebres nos processos de elaboração do luto.
Esses rituais possibilitam uma contextualização da perda e oferecem aos enlutados o conforto de se pertencer a uma cultura com a qual se pode compartilhar a experiência da morte. Os rituais fúnebres são apontados, ainda, como importantes aliados que facilitam a expressão do luto e contribuem para orientar uma ressignificação da vida e sua continuidade.
E diante de nossa implacável finitude, diante de novas percepções sobre a vida e a morte, temos buscado formas mais significativas de realizar os rituais fúnebres e prestar reverências e homenagens aos nossos mortos.
Nesse sentido, o BioParque tem uma proposta acolhedora que viabiliza a elaboração do luto: plantar uma árvore utilizando-se das Cinzas resultantes da cremação. Uma oportunidade para as famílias darem um destino sagrado às Cinzas de seus entes queridos que já se foram: prestar homenagens nas cerimônias de plantio da semente e, depois de um tempo, de plantio da árvore no solo do BioParque. Uma forma mais leve e confortadora de vivenciar o luto.
Para saber mais, acesse o site:
www.bioparquebrasil.com.br