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OS IMPACTOS AMBIENTAIS DECORRENTES DO NÚMERO ALARMANTE DE MORTES NO PLANETA
Categoria Meio ambiente
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Com a tragédia da pandemia, o número de mortes pela Covid-19, lamentavelmente gerou, e tem gerado mundo afora, situações inusitadas que jamais imaginaríamos.
No momento mais crítico da pandemia, na cidade de Milão, que é considerada a capital financeira da Itália, o maior crematório da cidade chegou a informar à prefeitura que ia fechar suas portas por um período, para atender a altíssima demanda represada em suas instalações. Na época, o período de espera era em torno de 20 dias e o crematório informava que, caso continuassem de portas abertas aumentando o número de cadáveres aguardando atendimento, poderiam surgir problemas sanitários e de saúde pública ainda maiores dos que os que já estavam enfrentando.
Nos Estados Unidos, quando ocorreu um aumento exacerbado no número de mortes, a agência de resposta a desastres solicitou ao departamento de defesa um número impressionante e crescentes sacos para acomodar os corpos que se acumulavam nos hospitais.
Se em países de primeiro mundo a pandemia impactou sobremaneira os serviços funerários dificultando a destinação dos corpos, outras regiões menos favorecidas do planeta, sem sombra de dúvida, enfrentaram situações ainda mais calamitosas. Em países mais carentes, as calamidades, muitas vezes nem chegam a ser divulgadas.
O sagrado rio Ganges, na Índia, virou um ‘cemitério’ com corpos flutuantes ou enterrados às suas margens. Centenas de corpos foram e ainda são encontrados por moradores e autoridades das aldeias próximas ao rio. É muito provável que esses corpos estejam fora da contabilidade oficial de mortes pela pandemia.
Na América do Sul, no Equador, as funerárias de Guayaquil entraram em colapso em seu momento mais crítico. Não havia caixões suficientes para todos os mortos e os cemitérios não conseguiam atender a demanda. Relatos revelam que muitos mortos, vítimas ou não da Covid, permaneceram até três dias dentro de suas próprias casas.
E no Brasil, não foi muito diferente. Lastimavelmente, registramos situações bastante difíceis e deprimentes, em especial na cidade de Manaus.
Em muitas regiões do mundo, o crescente número de mortos em um período curto de tempo fez com que as autoridades não conseguissem precisar com exatidão o número de vítimas pelo novo coronavirus. Muitas vezes, também faltou assistência
adequada às vítimas e às famílias enlutadas. Mas, com esta pandemia, um fato ficou bastante evidente: é preciso que toda a sociedade e, em especial, as autoridades repensem como lidar com as questões de saúde pública, não só no atendimento pleno e adequado aos doentes para que se curem mas, também, para antever os problemas inerentes à destinação dos mortos.
O aumento de mortes ocasionadas pela pandemia acende a discussão sobre sepultamentos e o risco que os cemitérios inadequados podem oferecer ao ambiente ao sepultar os mortos.
O sepultamento é uma prática muito antiga. Os gregos e os egípcios, já enterravam seus mortos. A Igreja Católica adotou esse costume dos hebreus. A princípio os sepultamentos eram realizados dentro das igrejas e em seus arredores. Porém, devido à peste negra no século XV, as igrejas não puderam comportar tantos corpos, adotando a utilização de enterros em cemitérios.
Com o avanço da peste negra, alguns médicos sanitaristas tiveram a percepção de que os cadáveres também eram vetores de contaminação. Assim, muitos passaram a contra indicar as práticas de sepultamento e recomendaram a “cremação” dos corpos dos falecidos.
A tradição do enterro foi adotada pelos países colonizados por europeus, sendo uma prática difundida em todo o Ocidente. No Brasil, devido à colonização portuguesa, o sepultamento tem origem na cultura judaico-cristã e, ainda, é a forma mais comum de se destinar os corpos dos falecidos. Mas, nos últimos tempos, a cremação tem apresentado expressivo crescimento. Para os ambientalistas, esta mudança de costume, é vista como fator bastante importante para a preservação ambiental.
Em nosso país, grande parte dos cemitérios foram construídos sem nenhuma preocupação sobre seus impactos ao meio ambiente. Isso ocorreu porque a maioria deles foram implantados em momento em que, ainda, não havia legislação ambiental e nem pesquisas consistentes sobre o assunto. Os primeiros estudos realizados no Brasil, aconteceram no início da década de 1980 pelo Centro de Pesquisas de Águas Subterrâneas da Universidade de São Paulo. O estudo comprovou cientificamente o potencial risco de contaminação das águas causado pela presença de cemitérios.
Assim, ambientalistas e sanitaristas acreditam que a cremação é hoje a opção mais adequada a ser considerada no Brasil e no mundo, uma vez que não gera impactos no solo e nem em aquíferos. Isso se valida ainda mais, se considerarmos a dimensão da população mundial.
Embora saibamos que as mudanças culturais perpassam por várias outras questões que envolvem valores e crenças, é preciso levar em consideração a revisão dos nossos costumes fúnebres em favor da preservação ambiental.
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