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Cremação e Bosque ou Sepultura e Cemitério?

Categoria Cremação Homenagem

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A vida é apenas um vislumbre passageiro das maravilhas que existem no universo.
(Carl Sagan)

Carl Sagan, cientista, físico, biólogo, astrônomo, astrofísico e cosmólogo, foi o mais famoso divulgador das ciências do século XX. Autor de muitas obras, Sagan criou frases inspiradoras que nos chamam à razão, ao mesmo tempo em que nos leva a pensar a vida de forma inimaginável, muito além de nosso quadrado, muito além de nosso mundinho.

Segundo Sagan, somos feitos de pó de estrelas. Então, olhar o céu estrelado é fazer contato com a nossa mais remota origem.

O homem, a natureza e o cosmos estão intimamente ligados, não só pela composição química de suas estruturas, mas também, pela interdependência que mantêm. Desenvolver a compreensão dessa relação de intimidade e interdependência é fator decisivo nas posturas que adotamos diante da vida, da natureza e do planeta. Portanto, qualquer prática que favoreça a mudança de postura e o repensar de nossa condição humana é de fundamental importância para a qualidade de vida do planeta.

Somos partes integrantes da natureza. Nosso corpo contém elementos químicos idênticos aos dos corpos dos demais seres do planeta. E como os demais seres vivos, nossa vida é finita, e um dia nosso corpo também será reciclado pela natureza. Viemos do pó e a ele retornaremos. A boa notícia é que podemos escolher a forma de reintegrar na natureza, a matéria proveniente de nossos corpos.


Imagine que a matéria que faz parte de seu corpo hoje, um dia estará integrando o corpo de uma árvore. Você gosta dessa ideia? Contate o BioParque.

Ao contrário do que muitos pensam, a cremação é um processo muito antigo sendo praticado há milênios pela humanidade. As antigas civilizações gregas e romanas já realizavam rituais de cremação de seus mortos por volta do ano 1000 A.C. a 750 A.C. Com essa prática, acreditavam estar oferecendo um destino nobre aos seus mortos.

A civilização hindu, uma das sociedades mais antigas do mundo, sempre cremou seus mortos em sinal de purificação e libertação da alma. Os hindus acreditam que assim, o espírito pode seguir seu caminho e reencarnar novamente.

No Japão a cremação surgiu por volta de 552 D.C, com o advento do Budismo. A princípio essa prática foi adotada pela aristocracia e aos poucos se expandiu para toda a população. Atualmente, corresponde a um percentual de quase 100% em todo o país.

Ao longo dos tempos, o processo de cremação ganhou adeptos mundo afora e se espalhou por todos os continentes. E hoje sabemos que, quanto mais desenvolvido é um país, maior é o percentual de cremação de seus mortos.


Cremação: Tendência Mundial

Embora o percentual da cremação no Brasil seja baixo, esse número cresce a cada dia e os fatores que mais motivam essa expansão estão relacionados à questões ambientais, sociais e religiosas.

Comparado ao sepultamento em cemitérios, e como mostra a história da cremação, esta é bem menos impactante, não gera resíduos relevantes ao ambiente e ainda interrompe o ciclo de vida de agentes patogênicos, reduzindo bastante os riscos sanitários.

Muitos cemitérios foram implantados no Brasil em épocas em que as preocupações ambientais eram restritas. Não existia legislação pertinente, portanto, muitos cemitérios, carecem de regularização e/ou atuam de forma irregular, até os dias atuais.

Estudos revelam que a contaminação pela decomposição dos corpos em cemitérios, pode durar anos, e se dá por organismos patogênicos, pelo necrochorume e pela produção de gases como o metano.

Profissionais especialistas e pesquisadores desse tema apontam que:

  • Os cemitérios em geral são um grave problema para a proteção das águas subterrâneas nos centros urbanos, já que podem alterar a qualidade dessas águas devido à infiltração e percolação das águas pluviais através dos túmulos e do solo que, por conseguinte, ocasiona a lixiviação de uma série de compostos químicos orgânicos e inorgânicos ao longo da zona não saturada, podendo alguns destes compostos atingirem a zona saturada e, portanto, poluir o aquífero (ROCHA, et al, 2013, p. 02).
  • A contaminação dos recursos hídricos se dá de forma lenta e a partir da infiltração da água das chuvas dentro dos túmulos nos cemitérios. Em locais onde o clima é quente e úmido, como no Brasil, estes processos ocorrem com maior frequência, pois as frequentes precipitações acarretam a percolação de água no solo e assim a proliferação de bactérias patogênicas. (Kemerich et al. 2014).

Por outro lado, o crescimento das grandes cidades impede a implantação de novos cemitérios o que gera um aumento no custo das sepulturas fazendo da cremação uma alternativa mais acessível.

Por fim, mas não menos importante, as questões religiosas sempre exerceram significativa influência nas decisões pessoais. Mas é fato que, atualmente, as instituições religiosas têm feito revisões e reposicionamentos em relação ao processo de cremação frente a seus seguidores.

Por tudo isso a cremação, sem sombra de dúvida, se apresenta hoje como o processo mais prático, mais econômico, menos penoso e, certamente, mais ambientalmente correto de se cuidar dos restos mortais do que o sepultamento em cemitérios. Quanto à destinação das cinzas, você já sabe: o BioParque oferece uma possibilidade inusitada para você.

MT

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