Blog
Assistindo a jornalista Maria Beltrão falar sobre a lamentável morte do colega e amigo, jornalista e escritor Arthur Xexéo, o comentário: “Xexéo você nasceu para a eternidade”, me trouxe algumas reflexões.
Estamos todos realmente de passagem neste mundo, talvez todos nós tenhamos nascido mesmo para a eternidade.
Ao longo da vida nos enriquecemos na convivência com as pessoas, nos construímos e nos fortalecemos a partir das relações que estabelecemos com elas. Aprendemos em nossa caminhada, alguns mais, outros menos, de acordo com a sorte que temos, de nos deparar e conviver com criaturas de almas mais ou menos nobres, que possam nos inspirar. Mas, de qualquer forma, aprendemos. Ninguém passa por esse mundo ileso. Acertos e erros são questões inerentes à nossa condição humana e, se quisermos evoluir nessa breve caminhada, temos que aprender com os erros, tentar errar cada vez menos e vislumbrar sempre os acertos.
E, na busca de acertos, voltar nosso olhar para a natureza, entender a trama intricada que a mantém equilibrada e dinâmica, conhecer mais sobre o nosso mundo e como estar nele pode ser uma importante inspiração para a vida.
Assim me ocorreu a metáfora das Sete Lições do Bambu, de autoria desconhecida.
1. Os bambus são internamente vazios. O vazio é invisível. Apesar de óbvio, esse detalhe é fundamental porque mostra que as coisas mais importantes são invisíveis, não se restringindo às aparências. Para os mestres orientais, “universo”, “o todo” e “vazio” são conceitos correspondentes. Tudo nasce no (e do) vazio e tudo volta para o vazio.
2. O bambu tem raízes profundas, possibilitando estar bem aterrado, honrando suas bases.
3. O aterramento permite crescer para o alto. Cresce mais rápido, graças ao processo de alongamento celular que compartilha com as gramíneas e sua exclusiva adaptação de camadas da parede celular, permitindo crescer até 30 metros em apenas 2 meses.
4. Fazer podas na vida é um processo, que, para nós humanos, pode representar dor e exercício de desapego. O bambu não tem galhos, não carrega pesos desnecessários.
5. O bambu é cheio de nós, representando resistência e dificuldades que não o paralisa, fortalece.
6. Os bambus crescem em touça, não vivem isolados, trazendo a inspiração para o valor do convívio comunitário, em colaboração.
7. Como última característica o bambu se mostra flexível, forte e resistente. Simbolicamente representa a humildade, paciência, determinação e serenidade.
Que a natureza seja cada vez mais fonte de conhecimento e inspiração para todos nós!